Informática e formação de professores
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Editora Parma Ltda,2000, 192 páginas
Resenha feita por Ana Lúcia da Silva Fonseca
A inserção da tecnologia nas escolas , além da estrutura e de equipamentos adequados , exige também a existência de profissionais capacitados para orientar e ajudar seus alunos a utilizá-los de forma correta. Esta é uma das dificuldades encontradas atualmente , pois nem mesmo o ensino básico possui as condições essenciais para que o ensino se realize na sua forma plena.
A tecnologia não é tudo , ela não é simplesmente a solução para todos os problemas , mas ela pode auxiliar essa mediação entre aluno-professor, proporcionando formas diferentes no modo de ensino médio. Deve-se entender que a informática é uma ferramenta a serviço de um projeto pedagógico . Dentro desse contexto entende-se que a preparação dos professores despertou a atenção de vários pesquisadores em diferentes países. No Brasil ,tem sido objeto de análise em monografias, teses de mestrado e doutorado ( Foresti,1996;Menezes,1993;Moreira e Silva,1990;Silva Filho, 1988),os quais procuram examinar a questão de forma crítica , considerando o computador como uma ferramenta a serviço de um projeto pedagógico.
A autora do livro descreve em partes propostas de alguns pesquisadores especialistas sobre o assunto.
As bases da Proposta de Paperd
Ao particular conceitos da inteligência artificial com a teoria Piagetiana ,Papert propôs inicialmente uma metodologia , ou " filosofia" e, uma linguagem de programação logo , que constituíram a abordagem construcionista .
Dewey: o método por descoberta
Dewey considerou a aquisição do saber como fruto da reconstrução da atividade humana a partir de um processo de reflexão sobre a experiência , continuamente repensada ou reconstruída.
Para Dewey , toda experiência humana é social e decorre de interações , onde estão envolvidas condições externas ou objetivas, e condições internas . A interação é decorrente do equilíbrio entre esses dois fatores. O professor precisa identificar situações que conduzam ao desenvolvimento .
A etapa de aplicação do método empírico denominada por Dewey de testagem evolui e assume em Papert a função feedback , que permiti ao aluno obter uma noção de seu procesos de desenvolvimento e não a sentença definitiva e final para uma resposta certa ou errada.
O professor precisa conhecer os interesses , necessidades , capacidades e experiências anteriores dos alunos para propor planos cuja concepção resulte de um trabalho cooperativo realizado por todos os envolvidos no processo de aprendizagem .O desenvolvimento resulta de uma ação em parceria , onde alunos e professores aprendem juntos .
Para Dewey , a participação da comunidade na escola é no sentido da colaboração e da cooperação para executar ações, e não pressupõe a co- gestão , defendida por Paulo Freire.
PAULO FREIRE : A EDUCAÇÃO PROGRESSISTA E EMANCIPADORA
Para Freire , a Pedagogia deve deixar espaço para o aluno construir seu próprio conhecimento , sem se preocupar em repassar conceitos prontos.
A Educação não se reduz à técnica , " mas não se faz Educação sem ela". Utilizar computadores na Educação " em lugar de reduzir , pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas . Depende de quem usa a favor de quê e de quem e para quê .O homem concreto deve se se instrumentar com os recursos da Ciência e da tecnologia para melhor lutar " pela causa de sua humanização e de sua libertação"( Freire,1995:98,1979:22).
Papert se distancia de Freire no grau de relevância que cada um atribui à escola tal como ela está hoje . Para Papert , as mudanças educacionais estão correndo ,embora a escola enquanto instituição não as tenha assumido . Contudo , ele admite que esta crítica não coopera e nem orienta as possíveis mudanças educacionais que poderiam acorrer . A Transformação da escola torna-se possível quando se procura entender o movimento que ocorre no seu interior , quando se busca compreendê-la como um organismo em desenvolvimento.

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